segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

A RETROSPECTIVA E A ESPERANÇA

JANEIRO: Chuva na região serrana do Rio deixaram 894 mortos e mais de 25 mil fora de casa.
FEVEREIRO: Espécie Ararinha-azul é extinta do planeta, segundo o ICMBio
MARÇO: Tsunami destrói cidades do Japão e vitima pelo menos 25 mil pessoas.
ABRIL: Massacre em Realengo. Doze estudantes são assassinados, 18 ficam feridos.
MAIO: Investigações sobre a morte de 16 pessoas eletrocutadas em uma festa
JUNHO: A Justiça absolveu o estudante acusado de matar a facadas um professor
JULHO: Atirador norueguês mata 77 pessoas em atentados.
AGOSTO: Furacão causa prejuízos de US$ 10 bi nos Estados Unidos.
SETEMBRO: Criança de 10 anos dispara contra professora e se mata em São Paulo
OUTUBRO: Restaurante explodiu no centro do Rio, deixando 4 mortos, 17 feridos
NOVEMBRO: Cinegrafista da band morre durante operação do Bope
DEZEMBRO: Temporais castigaram MG registrado o 2 maior volume em 100 anos

Como manter a esperança para o ano que está começando diante de uma retrospectiva abarrotada de tragédias, decepções e medo?

E por que mesmo com esse cenário se repetindo todos os anos as pessoas continuam acreditando? Por que a passagem de ano é invadida de festas, comemorações e uma alegria tão eufórica que chega a faltar ar?
A gente sabe que não deve esperar garantia de que as coisas ainda melhorem, mas de alguma forma acaba acreditando nisso. Isso porque a vida vai ensinando a nós um pouco sobre a esperança e que sem ela não há felicidade.

A espera é essa linha verde , mas invísivel que vai ligando os pontos da vida. É a reta entre dois pontos. É o caminho que une um acontecimento daqui com outro de lá. São as linhas que de tanto ligar as coisas, ganham formatos e formas de vida e vão desenhando aos poucos a felicidade. Nos pontos moram os sonhos, as realizaçoes e os desejos, mas para unir um ao outro é preciso muita linha até que se chegue lá.

A linha verde da esperança que liga dois acontecimentos importantes, é antes de tudo uma linha de historia, de dias de horas, em que pequenas e inotáveis coisas aconteceram. Uma nova flor nasceu no jardim, um almoço gostoso sem ser planejado, um pedação de bolo de chocolate, um bom livro, uma mensagem no celular, o cheiro de chuva.
Se 2012 vai ser diferente? Isso definitivamente não dá para garantir. Mas o importante é saber que até o próximo ponto há 365 dias de linha para viver. A única garantia que se pode ter é que sem esperança não há felicidade.

E se em todos os anos mensagens de ano-novo enchem nossas caixas de e-mail nossos murais, nossas caixas de correio (e alguma chega até mesmo a encher nossos coraçoes). Será que já não é tempo de fazer para 2012 mais do que listas de promessas. Quem sabe ao invés de protelar a gente não comece a fazer mais “dentro da linha verde” e planejar menos para os “pontos”.

Planejar é bom, mas acontecer é muito melhor. E para isso, é preciso que as coisas simplesmente venham. Se 2011 não saiu como planejado, e se a lista de 2012 já está quase pronta, quem sabe não seja a hora de olhar para trás, deixar de lado as frustraçoes e perfeciconismos e reconhecer o que a vida nos ofereceu este ano.

Se eu fosse escrever uma lista para 2012 pediria apenas uma coisa: paz! E pediria também mais linhas e menos pontos. Para eu costurar, conforme for dando jeito. Sem me cobrar pelo o que os outros querem de mim.

Vamos viver como dá para ser. Sem ter que fingir, forçar, ou correr. Porque é devagar que se chegar lá, porque é no cotidiano que mora a vida. Entre os grandes momentos é que está guardada a verdadeira felicidade.

O resto eu deixaria com as miudezas da vida, que ficam perdidas pela linha verde, consciente de que são elas que enchem nossos coraçoes de alegria , nossos dias de momentos memóraveis e nossos álbuns de fotos inesqueciveis.

Eu pediria apenas paz, porque o resto a esperanca e a espera trazem.

Conclusão

Meu maior castigo é ter que conviver comigo mesma pelo resto da minha vida!

Não me entenda mal. Não apenas pelo meu humor diário ou pelas minhas manias adquridas com o tempo. Não apenas por isso.

Minhas culpas, meus anseios, meus medos, minhas derrotas, meus fracassos. Serão sempre meus e somente meus.